Kirikou, os homens e as mulheres
O cinema francês é tido com um dos mais importantes na história da sétima arte. Tudo começou no longínquo século 19. Apesar de Hollywood ser a capital do cinema, o jeito francês de narrar por meio de imagens é inigualável. Essa maneira especial de fazer cinema pode ser vista em Kirikou, os homens e as mulheres (Kirikou et les hommes et les femmes).
A animação chega aos cinemas brasileiros em julho e é o último da trilogia dirigida por Michel Ocelot. O filme acompanha a trajetória do pequeno guerreiro Kirikou na jornada para defender sua aldeia de forças sobrenaturais.
A animação é narrada pelo Homem Sábio que vive na Montanha Perdida, avô do herói dessa história. Durante 88 minutos o público é convidado a mergulhar numa mágica história que mescla fábulas e mitologia e encanta pela simplicidade dos tratos.
Por meio da perspectiva do Homem Sábio acompanhamos a juventude de Kirikou. O pequeno guerreiro mistura ingenuidade e astúcia para ajudar sua aldeia na luta contra uma velha bruxa e espíritos ruins.
A construção do filme
Uma peculiaridade aproxima o terceiro episódio da jornada de Kirokou com o formato televisivo. Nesse filme a jornada do menino é dividida em cinco narrativas , ou seja, a cada pedaço da história do herói há quebra nas partes.
É como se o espectador estivesse assistindo ao filme pela televisão, mas em alguns momentos a pausa quebra a ação do filme e pode frustrar parte do público.
Outro ponto que vale a pena ser destacado é o uso das cores e traços no filme. Tudo é muito forte, uma aquarela. Talvez a escolha de Ocelot tenha sido influenciada pela cultura africana, para retratá-la da forma mais fiel na animação.
Kirikou, os homens e as mulheres retratando a cultura afro
Ocelot não só dirige a animação como também assina o roteiro. Na sua trilogia, o criador faz uma ode à cultura africana , dá ênfase à dança, música e a cultura como um todo, trabalhando principalmente a parte da mitologia do continente.
Ao encerrar a jornada de Kirikou com “Os homens e as mulheres”, o diretor traz uma linda demonstração de valores, especialmente para essa geração mais nova. Amizade, honra e coragem. é o que o pequeno herói carrega dentro de si, além de descobrir tantos outros.
Mas acima de tudo, a animação nos mostra o quão importante é a cultura para nossa vida. Kirikou faz de tudo para ajudar sua aldeia e não só porque é o “mocinho”, mas porque seus valores são de manter vivos seus valores.
Curiosidades
Lançado na França em 2012, Kirikou foi indicado ao Prêmio César – que equivale ao Oscar – de Melhor Animação em 2013. Além da nomeação da Academia Francesa, Kirikou foi sucesso de crítica, recebendo avaliações positivas dos mais importantes sites especializados em cinema.
O primeiro episódio da trilogia cinematográfica no pequeno guerreiro africano foi lançado em 1998 (Kirikou e a Feiticeira). O segundo filme chegou aos cinemas em 2005 (Kirikou 2: Os Animais Silvestres).