Do que vem antes

Do que vem antes (vencedor do Leopardo de Ouro)

Com data de estréia prevista para setembro deste ano no Brasil, Do que vem antes é um filme dramático. Já é bem visto pela crítica cinematográfica, recebendo vários prêmios, dentre eles, O Leopardo de Ouro. 

O elenco de Do que vem antes, traz Hazel Orencio, Perry Dizon, Karenina Haniel, Ching Valdes-Aran, Bambi Beltran, Dea Formacil- Chua e Kristian Chua.

Com roteiro, direção e fotografia de Lav Diaz, Do que vem antes (Mula as kung ano Ang noon) é uma obra dramática que se passa nas Filipinas, local de origem do filme.

A história se passa em 1972, quando coisas misteriosas começam a acontecer num bairro distante. Barulhos estranhos vêm da floresta, um homem é encontrado sangrando até a morte e casas estão sendo queimadas, enquanto a população tenta sobreviver em meio à pobreza.

Milícias violentas estão sob controle no interior do país, enquanto o ditador Ferdinando Marcos anuncia o decreto no1081, colocando todo o país sob uma lei marcial.

O filme foi vencedor do Leopardo de Ouro de melhor filme no Festival de Locarno, além de outros quatro prêmios do festival. A produção ganhou o prêmio de melhor filme estrangeiro na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2014. O filme marca a estréia de Karenina Haniel como atriz.

Crítica Do que vem antes

Lav Diaz é famoso por ser um cineasta que tem uma espécie de linguagem crônica, capaz de captar uma atmosfera invisível que se torna presente em seus filmes: consegue caracterizar o povo filipino de maneira passiva, chegando a causar angústia e desespero para o telespectador.

Do que vem antes tem muito dos filmes anteriores de Lav Diaz: personagens de extensas jornadas, mulheres vítimas de abuso e com poucas chances de escapatória, entrelaçamento de narrativas pequenas, com personagens de nome e subjetividade.

Ao mesmo tempo, mostra sempre algum contexto histórico do país e desta vez, faz isso com a Era da Corte Marcial, sob a repressão de Ferdinando Marcos.

O filme consegue despertar a dor física e moral vivida pelos personagens desse filme, mediante ao período mais tenebroso enfrentado pelo país; o ambiente que Diaz constrói é um lugar fantasma que nem parece ter existido.

Diaz compõe muitos planos significativos: a câmera no chão junto ao corpo frágil da personagem Joselina, o cadáver flutuante no fogo, é de extremo equilíbrio.

O longa, com duração de cinco horas, tem a construção de sequências sólidas, capazes de atrair a atenção de quem está disposto a assisti-lo.

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